A história dos viajantes

 

 

Texto de 1934 - uma alegoria sobre os Florais Curadores e Auxiliares

Era uma vez, e sempre era uma vez, dezesseis viajantes que iniciaram uma j ornada pela floresta.
No começo tudo foi bem, mas após uma certa distância, um deles, Agrimony, começou a preocupar-se e a pensar que poderiam não estar no caminho certo. Algum tempo depois, durante a tarde, conforme iam penetrando nas sombras da floresta, Mimulus começou a ficar com medo de que tivessem perdido a rota. Quando o sol se pôs, as sombras aumentaram e os ruídos noturnos fizeram-se ouvir, e Rock Rose ficou aterrorizado e em estado de pânico. Gorse perdeu a esperança e disse: "Não posso prosseguir. Continuem vocês, mas eu ficarei aqui até que a morte alivie meu sofrimento."
Por outro lado, Oak, embora sentindo que tudo estava perdido e que nunca mais veriam a luz do sol, disse: “Lutarei até o fim.” E falou isso impetuosamente!
Scleranthus tinha uma esperança, mas, às vezes, sofria muito devido à incerteza e indecisão, primeiro querendo seguir um caminho e quase em seguida, outro. Clematis prosseguia tranquila e pacientemente, preocupando-se apenas um pouco em se cairia no sono ou se sairia da floresta. Gentian, muito alegre na partida, caiu num estado de desalento e depressão.
Os outros viajantes nunca tiveram medo, queriam continuar e, à sua maneira, queriam muito ajudar seus companheiros.
Heather estava certo de que conhecia o caminho e queria que todos os seguissem. Chicory não se importava com o final da jornada, mas era bastante solícito, procurando saber se seus companheiros estavam cansados ou tinham bastante comida. Cerato não confiava muito em seu próprio julgamento e queria experimentar todas as trilhas para ter certeza de que não estava errado. O meigo e pequeno Centaury queria tanto aliviar a tensão de todos, que estava pronto para carregar a bagagem de todo mundo. Infelizmente para o pequeno Centaury, ele geralmente carregava a carga daqueles mais capazes de suportá-la, porque eram os que pediam mais alto.
Rock Water, pressuroso para ajudar, deprimia um pouco o grupo porque criticava aquilo que achava que estavam fazendo de errado, mas ele, Rock Water, conhecia o caminho. Vervain também deveria conhecer bem o caminho e, embora tivesse ficado ligeiramente confuso, seguiu em frente pelo único caminho que levava à saída da floresta. Impatiens também conhecia muito bem o caminho de casa, de modo que ficava impaciente com aqueles que andavam mais lentamente. Water Violet já tinha andado antes por aquele caminho e  mostrava-se ligeiramente orgulhoso e um pouco desdenhoso sem que os outros compreendessem por que. Water Violet achava-os inferiores.
E no final todos conseguiram atravessar a floresta.
Agora eles trabalham como guias para outros viajantes que não fizeram a viagem antes, porque sabem que há um caminho e porque sabem que a escuridão da floresta é formada apenas pelas sombras da noite. Caminham como “heróis destemidos” e cada um dos dezesseis viajantes ensina, á sua maneira, a lição, o exemplo necessário.
Agrimony libertou-se de todas as preocupações e vive fazendo brincadeiras. Mimulus perdeu o medo. Rock Rose, nos momentos mais negros, é o retrato da calma e da serena coragem. Gorse, naquelas noites mais escuras, fala aos viajantes do progresso que farão quando o sol surgir pela manhã.
Oak resiste imperturbável ao vendo mais forte; Scleranthus caminha com plena certeza; os olhos de Clematis estão fixos na alegria da chegada e nenhuma dificuldade ou revés pode desencorajar Gentian.
Heather aprendeu que cada viajante precisa seguir seu próprio caminho e tranquilamente segue em frente, para mostrar que isso pode ser feito. Chicory, sempre querendo dar a mão, mas apenas quando lhe pedem, o faz muito calmamente. Cerato conhece muito bem os atalhos que levam a lugar nenhum e Centaury sempre busca aquele mais fraco, que acha muito pesada a sua carga.
Rock Water parou de acusar; passa o tempo todo encorajando. Vervain não faz mais sermões; apenas aponta o caminho silenciosamente. Impatiens parou de apressar e se coloca entre os últimos para manter seu passo. E Water Violet, mais parecido com um anjo do que com um homem, passa entre os companheiros como uma brisa morna ou um raio glorioso de sol, abençoando a todos.

Dr. Edward Bach

Comentários

  1. linda alegoria! ajudou-me a entender de maneira fácil as características desses florais!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom, Marilu!! Muito obrigada pela sua visita!!! Abraços e flores para você!

      Excluir
    2. Que coisa mais bela! Amei!
      como sempre os florais são maravilhosos!

      Excluir
    3. Obrigada, Ordelina querida, pela sua visita!!! beijos

      Excluir
  2. Por que não tem aspen nessa história?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Paz profunda!!!